Educação das Águas e das Florestas na(s) Amazônia(s)

O modelo de educação convencional implementado na Amazônia tem se mostrado inadequado às especificidades socioculturais e territoriais da região, especialmente quanto às populações tradicionais não indígenas, como ribeirinhos e extrativistas, resultando em baixa qualidade na oferta de educação e na desconexão com os modos de vida e projetos ontológicos locais. Paralelamente, nos últimos anos, tem surgido o termo “das Águas e das Florestas”, articulado ao movimento da Educação do Campo no Brasil, como resultado de um processo de discussão sobre a diversidade das populações brasileiras — o que representa também uma oportunidade para construir uma educação-escola amazônica. Diante desse contexto, o livro se mobiliza em torno da questão: O que seria uma “Educação das Florestas e das Águas” na(s) Amazônia(s)? O objetivo é ampliar o debate sobre o significado e as possibilidades de uma educação situada nos territórios das Amazônia(s) interior(es), fundamentada nas experiências e saberes das populações tradicionais, articulando os conceitos de Educação do Campo, das Águas e das Florestas como base para a construção de políticas e práticas educacionais mais representativas e emancipadoras na região.